Sexta-feira, 2 de Março de 2007

Os portugueses entendem...

No passado dia 27 na página do leitor do JN, vinha este artigo que nos passamos a reproduzir que achamos ser de uma honestidade e visão dos problemas no mínimo fantástico. Obrigado Conceição!

A tragédia da locomotiva 6205

 

«Três pessoas perderam a vida e as linhas de caminhos-de-ferro portuguesas morrem aos poucos»

 

Os erros renovam-se, a negligência persiste, o luto permanece, os culpados, esses, ninguém os encontra, apenas abalam.

É desta forma que o nosso país tem evoluído!

Nota-se através da linha do Tua, bastaram dois pedregulhos. Um de enormes dimensões desafiou a escarpa, abalroando a locomotiva 6205. Levando-a de arrasto às aguas do rio Tua, vitimando três pessoas e ferindo outras duas.

Não sei se por obra do divino ou do destino, não viajara mais ninguém naquele fatídico dia na automotora.

Que vão fazer agora os governantes, lamentar, indemnizar?

As lágrimas que a saudade não cura, as vidas que não voltam, sinto-me hostilizada, porque não vivemos com aprendizagem das fatalidades sucedidas. Aparentemente vamos vivendo no país, (deixa andar).

Não vai assim há tantos anos (2001), que vivemos o sofrimento, a tragédia da ponte Hintze Ribeiro, em Castelo de Paiva morreram 59 pessoas.

Todos conheciam o problema, a decadência, o desgaste deste monumento, assim como tantos outros, mas vai-se fechando os olhos.

A culpa é sempre das pedras, dos (calhaus) que teimam em fechar os orifícios...então arranjam-se cobaias “ seis engenheiros, alguns já reformados”, coitados, já sem idade para cumprir penas. Mas alguém tinha que se sentar no banco dos réus.

Não podem dizer que não houve julgamento, (cego, surdo e mudo), mas houve, se foram ilibados então não são culpados...

Mas os verdadeiros culpados, esses, ninguém lhes consegue por a mão, são poderosos demais para assumirem seja o que for!

Lamento imenso estes acontecimentos descomunais, que dizimam a vida de tantos inocentes em prol da cegueira. Lamento que num país como o nosso onde o investimento e a evolução não chega aos meios rurais, ao património enfraquecido pelos anos e não se pense na segurança dos que habitam nestes meios.

Fico deveras surpreendida quando se fala da OTA e do TGV, querem fazer desenvolver o crescimento económico, até entendo porque não sou nenhuma ignorante, só não entendo como conseguem lidar com o resto do país como se fosse apenas tudo paisagem em degradação.

Ate quando vão culpar os pedregulhos?

in JN 27/02/2007 Conceição Bernardino


Publicado por mdl às 01:20
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De Mário Relvas a 7 de Março de 2007 às 20:40
Abraços para Mirandela e para o Rui tulik!

Mário Relvas


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